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Adolescentes portugueses entre os que mais sofrem de excesso de peso


Alexandre Mestre disse que as conclusões do estudo serão analisadas
Portugal faz parte do grupo de países com maior percentagem de jovens com excesso de peso ou que sofrem de obesidade. Num ranking de 39 estados europeus e da América do Norte, o país aparece em 5.º lugar, quando analisados os alunos de 11 anos, em 4.º lugar, quando tidos em conta os de 13 anos, e em 6.º lugar, no grupo dos de 15 anos.

Os dados constam do Health Behaviour in School-aged Children — um grande levantamento dos comportamentos e estilos de vida dos adolescentes levado a cabo de quatro em quatro anos na Europa e na América do Norte em colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS). O último inquérito abrangeu cerca de 200 mil jovens.
O relatório mundial foi hoje divulgado em Edimburgo e será apresentado esta tarde em Portugal pela coordenadora nacional da investigação, a catedrática Margarida Gaspar de Matos, e três secretários de Estado (Desporto e Juventude, Saúde e Ensino Básico e Secundário). 
Margarida Gaspar de Matos lembra que investigações anteriores já mostravam níveis elevados de excesso de peso em crianças mais jovens. E que o problema pode estar a alastrar à adolescência. O estudo hoje apresentado revela que 20% das meninas portuguesas de 11 anos sofrem de peso a mais ou de obesidade. É o segundo valor mais alto, em 39 países, depois do registado pelos Estados Unidos. Aos 15 anos, 15% das raparigas e 19% dos rapazes têm o mesmo problema — valores uma vez mais acima da média.
Factores que nada têm a ver com o peso real dos jovens podem estar a inflacionar esta taxa, diz Margarida Gaspar de Matos — desde logo, a dificuldade que os alunos portugueses mais jovens, mais do que os de outros países, revelam em preencher inquéritos. Porque os entendem mal (os dados relativos à obesidade foram calculados a partir das informações sobre altura e peso transmitidas pelos alunos). 
Ainda assim, o secretário de Estado do Desporto e da Juventude, Alexandre Mestre, disse, em declarações ao PÚBLICO, que as conclusões “preocupantes”, prometeu que serão analisadas pelo Governo e que “a seu tempo” serão anunciadas medidas, nomeadamente na área do desporto escolar.
Em comunicado Zsuzsanna Jakab, director regional da OMS para a Europa, sublinha as desigualdades que os dados relevam: “Este relatório mostra-nos que a saúde depende da idade, do género, da geografia e do estatuto sócio-económico. Não tem que ser assim.”
No comunicado, Portugal é citado por duas razões, uma boa e outra má. A má, já se disse, é o excesso de peso. A boa notícia é que o país tem das taxas de consumo de tabaco mais baixas do que a média: 10% das raparigas e 11% dos rapazes de 15 anos fumam semanalmente; a média de 39 países analisados é 17% e 19%, respectivamente.

Pratiquem Desporto! Vivam com saúde!

Desporto em crianças e jovens. O que eu penso e o que a ciência diz!
Muito se tem falado sobre o papel do desporto no crescimento e desenvolvimento de crianças e jovens. Todavia, por paradoxal que pareça, existem ainda poucos dados científicos que suportem muitas das afirmações que se vão lendo e ouvindo. Por um lado, fala-se de que há cada vez mais crianças com excesso de peso e obesidade e, simultaneamente, debate-se a questão do denominado treino intensivo precoce. Isto é, os possíveis malefícios do treino intenso com crianças e jovens.
Há cerca de 2 semanas participei como conferencista numa reunião científica para pediatras e em que abordei exactamente este tema: o papel do exercício no crescimento saudável dos nossos miúdos. Como se sabe, não são raras as vozes a falarem sobre os malefícios provocados sobre o treino de modalidades exigentes em idades precoces como a natação e a ginástica. Fala-se muito que esses jovens atletas acabam por ter uma vida social muito limitada, têm problemas de crescimento, lesões frequentes, etc. Ora, o que se sabe, do ponto de vista científico, é que não há quaisquer evidências que suportem estas afirmações. Retira-se daqui, obviamente, os casos absurdos e irresponsáveis.
Tenho tido uma experiência profissional fantástica como fisiologista da equipa de natação do FC Porto. Já lá vão 3 anos. São jovens que treinam 9 e 10 vezes por semana. Entram na piscina às 7.00 da manhã, faça chuva ou sol, acabam o treino e vão directamente para as aulas. Às 8.30 já estão prontos para começar um dia escolar intenso. Voltam de novo às 19.00 à água ou ao ginásio. Repetem isto todos os dias da semana e acrescentam ainda 2 treinos no fim-de-semana. Resultado: excelentes atletas, miúdos alegres, sociáveis, bons estudantes. Saiem à noite, convivem, vão a festas, fazem férias, etc. Ou seja, não são extra-terrestres! Fico impressionado quando ouço alguns neo-pedagogos chamarem à atenção para este aparente exagero. Não é exagero. É organização, cumprimento de objectivos, solidariedade com a equipa, identificação colectiva, orgulho de pertença. Não é isto que nós dizemos sistematicamente que falta a esta geração? Se sim, porque receamos?
Por exemplo, onde estão as evidências dos malefícios do treino intenso em crianças? Serão os seus efeitos benignos e reversíveis ou irreversíveis e persistentes no tempo? Serão as crianças mais susceptíveis às lesões de sobrecarga? Como se demonstra que especializar precocemente encurta a carreira desportiva de um atleta? Como é possível entender as denominadas “fases sensíveis” se a prática do treino se encarrega cabalmente de as desmentir? Que justificações biológicas têm, na realidade, as “fases sensíveis”?
Temos de nos preocupar é com as consequências de um número cada vez maior de crianças e jovens que passam o tempo “sem fazer nada”. Não praticam um desporto, não estudam, não se identificam, não se focam e, como tal, acabam por pagar um preço elevado. Este deverá ser a nossa preocupação central.
Já percebemos que a questão do excesso de peso não é fácil de resolver. Não é o desporto por si só que resolverá o problema. Mas ajuda. E, para isso, a Escola tem que, por um lado, encarar as aulas de Educação Física tão importantes como a Matemática ou o Português. E, por outro, eleger estes jovens desportistas como exemplos, como referenciais. Caso contrário, teremos uma geração de gente pouco saudável, física e intelectualmente.
A Escola e a Universidade que continuem a considerar o desporto como uma actividade menor, com reduções de horário, com desculpas para os que “não têm jeito” para o Desporto e depois não se queixem. Claro que a Escola e as entidades oficiais poderão sempre contentar-se com uns cartazes, os dias da saúde ou as caminhadas no dia do Pai. Mas, infelizmente, não chegará.
Deixemo-nos de hipocrisias e falsos sentimentalismos. Os jovens desportistas que treinam, que têm objectivos e que lutam por eles são um exemplo e devem ser vistos dessa forma.
Caro leitor, esta minha experiência com estes nadadores jovens e, com toda a certeza, com muitos outros, tem sido uma lição de vida para mim. Aprendem desde muito cedo, aquilo que deu o título à minha crónica da semana passada. Não é uma questão de tempo. É de energia!

De resto, salvo raras excepções e que correspondem habitualmente à falta de conhecimento, os estudos mais recentes salientam alguns aspectos importantes e a reter:
1º Os pais devem estar mais preocupados com a capacidade técnica do treinador do que com a quantidade de treino;
2º A maioria das lesões ocorre por deficiência de material e protecção inaadequada (ex: caneleiras no futebol, joelheiras, etc.). A supervisão do treinador é o aspecto essencial;
3º O treino mais intenso deve ser acompanhado por uma alimentação adequada. Um jovem que treina 8 vezes por semana não se pode alimentar como um sedentário;
4º A maioria das alterações provocadas pelo treino intenso são benignas e reversíveis.
Em resumo, enquanto pais, preocupem-se mais com a qualificação do treinador e do equipamento de treino do que com a quantidade e intensidade do treino!

TPC
1. Estimule o seu filho a praticar um desporto;
2. Não dê a entender que o desporto é algo menor a que se pode faltar por qualquer razão;
3. Entenda o desporto como algo tão importante como outra actividade qualquer;
4. O desporto é uma actividade exigente que “treina” os jovens para as dificuldades da vida. Por isso, faltar, não se empenhar é um sinal de compromisso. No desporto e, ser+a certamente, na vida.
5. Vá com o seu filho ver espectáculos desportivos. Incentive-o a ser um desportista. Tem custos mas tem benefícios incríveis”

Publicada por José Soares
23 de Fevereiro de 2012

Harvard apresenta nova pirâmide dos alimentos

Exercício físico e café são novas sugestões

 My Plate é baseado em investigação mais actual.

O Departamento de Nutrição da Universidade de Harvard propôs substituir a pirâmide ou roda dos alimentos, apresentando a figura de um prato que mostre quantidades aconselháveis e incluindo exercício físico. Os especialistas dizem que esta sugestão "é baseada em investigação mais atual, sem interesses da indústria nem pressões políticas e, para além disso, dá recomendações mais específicas e precisas".


O guia de alimentação designado por "My Plate" aventa ser mais informativo e intuitivo do que o modelo piramidal, já que as proporções dos alimentos a ingerir são mais explícitas. A proposta é encher metade do prato com fruta e legumes, um dos quartos restantes é para cereais e o outro é reservado a proteínas (recomendando peixe, aves, feijão e nozes), mas inclui ainda óleos vegetais e um copo de água, que pode também ser substituído por uma chávena de café ou chá (limitando para crianças).
No entanto, não sabemos se a cota parte ocupada pelos cereais no prato se refere a cereais normais ou integrais, por exemplo, entre outras questões. Alguns especialistas já estão a criticar de forma negativa o "My Plate" porque parece ser mais a favor de ir buscar proteína à carne vermelha do que ao peixe.

Quanto a óleos, o esquema em forma de prato não fala das vantagens do azeite relativamente a outros. Esta nova pequena roda dos alimentos inclui ainda o exercício físico, um sector que até agora nunca tinha sido abordado. A sugestão principal deste esquema alimentar é ter um “prato colorido” e variado.

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